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23 de maio de 2025
CNA Fiagro: conhecimento e crédito para desenvolver o novo agro
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POR INSTITUTO CNA

Christiano Nascif*

O agronegócio brasileiro está alicerçado sob dois pilares: conhecimento e capital. O primeiro já dominamos — somos referência mundial no desenvolvimento eficiente da agropecuária tropical. O segundo, contudo, ainda representa um grande desafio: o ao crédito é um entrave ao crescimento de inúmeros produtores rurais. Foi para resolver esse problema com agilidade, clareza e confiança que nasceu o CNA Fiagro.

Para difundir o conhecimento gerado pelas instituições de pesquisa, é imprescindível um programa de assistência técnica e gerencial capaz de levar novas tecnologias de gestão e produção, sobretudo aos pequenos e médios produtores. O Brasil já dispõe de um instrumento eficaz nesse sentido: o programa ATeG (Assistência Técnica e Gerencial) do Senar.

Criado há dez anos, a ATeG tem o propósito de difundir saberes e promover a ascensão de produtores rurais das classes D e C para a classe B — e esse resultado já se concretizou. Em uma década, mais de 400 mil produtores de todas as regiões do Brasil e cadeias do agronegócio tiveram suas vidas transformadas. Esses êxitos técnicos e econômicos permitem afirmar que a ATeG é o maior e mais eficiente programa de assistência técnica e gerencial do mundo.

No entanto, a disseminação de conhecimento por si só não basta. A assimilação de novas tecnologias, aliada à experiência do produtor, impulsiona a evolução até certo ponto. A partir daí, faz-se necessário o a crédito seguro, suficiente e compatível com a rentabilidade do setor.

A sabedoria mostra o caminho. O crédito permite caminhar

O setor agropecuário brasileiro demanda cerca de R$ 1 trilhão ao ano em créditos de custeio e investimento. Os recursos subvencionados pelo governo federal e as linhas de crédito livre não são suficientes para acompanhar o ritmo de crescimento das safras, que batem recordes ano após ano, com expansão de produção muito superior ao uso de terra e de recursos naturais.

Na última década, o agronegócio otimizou seus recursos. Um estudo realizado pelo Núcleo de Agronegócio Global do Insper revelou que para produzir o volume agropecuário de 2022, se ainda utilizássemos tecnologias de 1997, seriam necessários 224 milhões de hectares a mais do que os atuais 267 milhões destinados à agricultura e à pecuária. É a eficiência gerando sustentabilidade ambiental, econômica e social.

Nesse contexto, em 2021 surgiu o Fiagro (Fundo de Investimento do Agronegócio) como mais uma fonte de recursos para financiar o desenvolvimento do produtor rural brasileiro. Sabemos que no Brasil milhões de produtores seguem à margem do progresso por falta de crédito. Sem ele, não há avanço; e o atraso custa caro.

Para o investidor, o Fiagro representa uma oportunidade de aplicar capital em um dos setores mais relevantes da economia brasileira que cresce ano após ano e é referência para o mundo — sem precisar possuir terras, animais ou plantações. Assim, é possível diversificar a carteira além de ações, fundos, títulos públicos, moedas estrangeiras, poupança e ouro.

Hoje o investidor conta com uma excelente opção para aplicar recursos no agro e obter bons retornos. Em março de 2024, os Fiagros já somavam mais de R$ 36 bilhões em ativos, contavam com 103 fundos operacionais e mais de 300 mil cotistas.

Surge então o CNA Fiagro — um fundo do Sistema CNA/Senar, com recursos próprios e de mercado, criado para financiar um modelo de custeio voltado ao desenvolvimento de pequenas e médias propriedades atendidas pela ATeG do Senar, sob a gestão do Instituto CNA (ICNA). É a união prática entre conhecimento (ATeG) e capital (CNA Fiagro), gerando desenvolvimento sustentável e boas oportunidades de investimento.

O CNA Fiagro é o primeiro e único fundo desse tipo no mundo direcionado a pequenos e médios produtores, mas difere dos demais por seu desenho, que reflete demandas reais identificadas em pesquisa do Senar com mais de 4 mil participantes da ATeG. Entre os principais entraves para conseguir crédito e seguro rural, apontaram-se:

1. Excesso de burocracia;

2. Garantias exigidas;

3. Demora na liberação do crédito;

4. Falta de informação, clareza e transparência.

Por isso, o modelo do CNA Fiagro foi desenhado para reduzir esses obstáculos.

Com juros extremamente competitivos, o crédito do CNA Fiagro é assistido pela ATeG do Senar, reconhecida pela alta qualidade. Não há exigência de garantia real — basta a anuência de um corresponsável — e o processo é ágil: com a documentação em dia, o prazo entre o primeiro contato e o depósito na conta do produtor é, atualmente, de apenas 17 dias. Além disso, o modelo dispensa IOF, seguro obrigatório e custos cartoriais, e não condiciona contratação de produtos de relacionamento bancário.

Para saber mais sobre o nosso modelo CNA FIAGRO, e: /projetos-e-programas/cna-fiagro. Conheça também o estudo completo do Insper sobre o impacto da eficiência produtiva no uso da terra, e: https://agro.insper.edu.br/agro-in-data/artigos/efeito-poupa-terra-produtividade-e-a-chave-para-a-sustentabilidade-ambiental-do-agro-brasileiro.

Desde dezembro de 2023, o CNA Fiagro já está em operação no mercado, com atuação em praticamente todos os estados da Federação e atendendo às principais cadeias do agronegócio. Com isso, já acumulamos diversos casos de sucesso. Um dos casos é o do produtor Tadeu Bento da Silva, produtor de leite atendido pela ATeG em Brasilândia (MS), por meio do consultor Kennides Martins. Tadeu obteve um crédito de R$ 35.000,00 concedido pelo CNA Fiagro, para incrementar sua produção de leite. Com a orientação técnica da ATeG, ele utilizou o recurso para construir um tanque de água com capacidade de 500.000 litros de armazenamento.

A construção desse tanque possibilitou a intensificação do uso do sistema de irrigação da propriedade, o que aumentou a oferta de alimento para o rebanho leiteiro, reduzindo assim os custos de produção e elevando a rentabilidade da atividade. Além disso, a iniciativa permitiu a diversificação das atividades na propriedade. Com o novo reservatório de água, ele também implementou a criação de peixes, ampliando a renda bruta por meio da venda de pescados no mercado regional.

Segundo Tadeu, houve um aumento de 30% na rentabilidade anual da propriedade rural. Essa rentabilidade permitiu quitar todo o empréstimo em 12 meses, restando ainda recursos para novos investimentos. O negócio foi tão bem-sucedido, que o técnico Kennides e o Tadeu já estão planejando novos investimentos com o apoio da ATeG/CNA Fiagro.

Outro caso de sucesso é o do jovem produtor Rafael, de 30 anos, cheio de sonhos a realizar. Ele foi contemplado com um crédito de R$ 300.000,00 com prazo de quitação em 12 meses. Com esses recursos e o apoio técnico da ATeG, investiu em um sistema de painéis fotovoltaicos e na ampliação da irrigação. O novo arranjo permitiu realizar até três safras de cereais por ano, aumentando significativamente sua renda bruta anual. Graças ao crescimento da produção, à maior eficiência produtiva e à redução dos custos com energia elétrica, Rafael está “rindo à toa”. Após quitar o empréstimo e com recursos sobrando, já planeja algo inédito: tirar 15 dias de férias e ear com a família pelas praias de Porto Seguro, na Bahia.

Assim, o Sistema CNA/Senar — a casa do produtor rural — escreve mais um capítulo de sucesso no desenvolvimento do agronegócio, gerando soluções de produtor para produtor e transformando vidas no campo.

*Coordenador de Empreendedorismo e Negócios do Instituto CNA